Novas Economias e Desenvolvimento

Olhar os desafios para o desenvolvimento econômico sem um olhar atento para as novas economias pode ser considerado algo amorfo; e quando me refiro às novas economias, basicamente estou me referindo àquelas com capacidade (atual e futura) de impulsionar o desenvolvimento econômico e nos forçar a revisitar nossos setores tradicionais para que estes possam produzir novas formas e maneiras de fazer negócio, ou seja, possam inovar!

Disrupção, a palavra de ordem

Disruptura é a palavra de ordem quando falamos em nova economia, e, quando refletimos a partir de certos questionamentos, nem sempre as respostas obedecem a ordem linear que, muitas vezes, o mercado está acostumado. Estamos vivendo uma transformação e tanto, em diversos pontos de nossa sociedade, ou seja, as relações de trabalho, comerciais, sociais econômicas estão sendo atualizadas – uma nova sociedade com o indivíduo no centro cada vez emerge mais, e muitas vezes nos damos conta da necessidade de novos modelos educacionais capazes de gerar novos líderes e agentes de mudança.

Uma relação mútua

Não pretendo de nenhuma forma colocar em xeque a importância de nossa economia tradicional ou economia madura, já que esta atua como impulsionadora para este futuro: a economia madura pode ter um papel fundamental no financiamento das novas economias enquanto a nova economia dá suporte para que ela se adeque às necessidades de um novo mundo, numa relação mútua.

Exemplos no Rio Grande do Sul

A partir de visões de futuro construídas a várias mãos, com a participação de lideranças de todo o RS*, foi possível traçar algumas alavancas que podem impulsionar a economia regenerativa do Rio Grande do Sul:

Indústria Digital 4.0: empreendimentos que vão transformar a produtividade da indústria aplicando tecnologia digital 4.0;

Agrotech: empreendimentos que oferecem soluções tecnológicas aplicadas à melhor produtividade, utilização dos ativos de campo e redução de custos;

Criativa: impulsionamento e valorização das manifestações culturais e regionais

Azul: empreendimentos a partir da tecnologias do mar e água doce aplicadas;

Social: Tecnologias sociais projetadas e prototipadas no estado e escaladas nacional e globalmente;

Nicho: surgem a partir da visibilidade dada a minorias;

Turismo de experiência: priorizando as indicações regionais, belezas naturais e ativos culturais;

Indicações geográficas: produtos (agrícolas ou não) feitos com base no conhecimento local e seguindo métodos locais de produção;

Prateada: empreendimentos dos cuidados com a saúde e bem estar para a população 60+;

Bioeconomia Regenerativa: soluções de energia renovável e aproveitamento da biomassa, soluções de valor agregado a partir dos recursos naturais;

Vilas: soluções originais das vilas para o mundo.

Quais as iniciativas na nossa região?

Como já citei, as novas economias estão relacionadas ao impulsionamento de empreendimentos e segmentos latentes e de alto potencial, e, para materializar algumas iniciativas que estão ocorrendo em nossa região, lideradas pelo trabalho coletivo de entidades, prefeituras e universidades, posso elencar exemplos relacionados ao nosso ecossistema de inovação, que cada vez ganha mais força no incentivo à geração de novas ideias para a resolução de novos problemas. Também no âmbito de projetos de desenvolvimento setorial, ainda no primeiro trimestre, iremos contar com um projeto focado na capacitação e geração de negócios para economia criativa de Santa Maria, em parceria com a Secretaria de Cultura do Município. Turismo de Experiência não poderia ficar de fora. Temos um grande potencial de turismo enquanto Região Central, seja ele de negócios, religioso, de aventura, de gastronomia etc. Outras iniciativas já estão sendo desenhadas e devem se materializar ainda no primeiro semestre, como Agrotech, Indicações Geográficas e Prateada.

*Dados construídos a partir do Foresigth, liderado pelo Sebrae RS, em 2022